Editorial

Estragos e manutenção

Passados 20 dias do ciclone extratropical que atingiu a região, ainda é perceptível por diversos lugares de Pelotas alguns dos transtornos causados pelo grande volume de chuvas e ventos fortes. Problemas que estão principalmente nas áreas mais afastadas do centro da cidade, em vilas e bairros onde a infraestrutura já costuma ser deficitária, mas que se agrava a cada ocorrência que fuja do esperado.

A partir dessa constatação e também por conta de incontáveis relatos de moradores, o Diário Popular circulou ontem por algumas das localidades que ainda lidam com tais dificuldades. Além de testemunhar o cenário de ruas muito esburacadas, embarradas e pontos com acúmulo de entulho ainda não recolhido, a reportagem também ouviu muitas reclamações da população. E, diferentemente do que se pode imaginar à primeira vista, não se tratam apenas de insatisfações com demora na recuperação ou limpeza de ruas. O que os pelotenses apontam é que a precariedade destes bairros, destas ruas, não se dá apenas como efeito do clima extremo. Afirmam _ como já dito em outras matérias e em diferentes momentos _ que buracos, barro ou poeira e dificuldades para o tráfego de veículos e pedestres é o padrão. Por vezes piora, mas raramente tem solução.

É compreensível que, diante da extensão territorial da cidade e dos estragos provocados por ventos de cem quilômetros por hora e precipitações acima da média, o trabalho das equipes de manutenção e recuperação torne-se mais demorado. Algo que, certamente, a própria população afetada tem consciência. Contudo, a compreensão e paciência se esvaem porque sabem que, mesmo que chegue, o atendimento será apenas paliativo, e não resolutivo. Nos demais meses do ano, com ou sem temporais, estas pessoas continuarão vendo a vila ou bairro em que moram com infraestrutura muito inferior àquilo que têm direito.

Registre-se que a Prefeitura de Pelotas tem executado obras pontuais de pavimentação e avançado com a iluminação em led em bairros. Ao mesmo tempo, no entanto, a insatisfação de quem está em áreas sem estas intervenções é de manutenção deficitária. Uma cobrança feita justa e constantemente, cuja resposta precisa ser melhor.

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